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Experiências de ruptura são traumáticas
Mas são, por vezes não apenas necessárias: são vitais, embora paradoxalmente possam não ser inevitáveis. Todo o homem chega a uma idade na qual precisa superar a si mesmo; do contrário é a morte (mantém-se existindo, mas já está morto).
Por isto, por vezes, mudanças radicais precisam ser provocadas, não só enfrentadas. Mudanças que ofereçam apenas incerteza e que demandem um esforço enorme de reconstrução da própria personalidade, da própria vida: os pontos de referência destruídos, as seguranças concretas e psicológicas jogadas fora; enfim, o ego totalmente afrontado. Disto tudo deve surgir algo novo.
Algo melhor, mais genuíno e forte, se a decisão foi dar permissão à vida, às experimentações conscientes – mas abertas, aos confrontos paradigmáticos, ao caos sensitivo, à perdição das estruturas internas, base daquelas externalizadas.
Algo igual, se foi escolhida uma nova corrida para a segurança imediata, para os símbolos substitutivos; para o dinheiro per se, para o amor mentiroso da beleza vazia. Para o cambaleante trapézio das formas, das coisas, dos cargos, dos títulos.
Algo igual ou pior, se a coragem foi menor que o medo, se o desespero tomou conta; principalmente, se o arrependimento venceu a razão!
Preferir a morte ao desperdício da vida: as duas escolhas coisas são a mesma coisa.

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